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Governo estuda fazer leilões para evitar explosão de preço

Depois de interferir no escoamento de 10,9 milhões de toneladas de milho do mercado – quase todo o volume destinado à exportação – e de ver os preços do grão subirem mais de 30% desde julho em algumas regiões do país, inclusive no Rio Grande do Sul, o governo Federal estuda fazer leilões para empresas consumidoras de milho. O objetivo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é dar uma sinalização de preços ao mercado, evitando explosões de alta. Conforme o MAPA, essa elevação é um reflexo do aumento dos preços internacionais do milho por conta da quebra da safra de trigo na Rússia e países da Europa, o que tem preocupado os criadores de aves e suínos que consomem cerca de 32 milhões de toneladas de milho por ano como matéria-prima para a ração dos animais. "Caso os preços do milho continuem a subir, o governo terá de promover leilões de Valor de Escoamento da Produção (VEP). Nesse mecanismo, o governo paga aos consumidores que comprovarem a compra do milho dos estoques oficiais uma compensação do frete", informou o MAPA. Na semana passada, o diretor de programas da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, Sílvio Farnese, comunicou que, caso o mercado se estabilizasse sozinho e o preço começasse a cair, não haveria leilões. "Do contrário, o leilão de VEP começaria a ocorrer em outubro, mas seria restrito às regiões onde os consumidores de milho enfrentam dificuldade para comprar, como por exemplo, o Sul do país", ressaltou, acrescentando que a expectativa de novas altas no mercado tem feito produtores segurarem o milho. "Alguns produtores colocaram na cabeça que o milho pode chegar a R$ 30 a saca". Nesta sexta-feira (08), a cotação da Cotrijal para a saca de milho era de R$ 19,80. O preço é superior à média de julho deste ano, quando começou a disparada das cotações no mercado internacional . De acordo com Farnese, a realização dos leilões está sendo discutida com o Ministério da Fazenda. "Por isso, os volumes a serem ofertados ainda não estão definidos, mas seriam negociados a preços de mercado", argumentou. Na avaliação do MAPA, o quadro atual de oferta e demanda de milho não explica as recentes altas do produto. Apesar das exportações estimadas de 9,5 milhões de toneladas de milho - 3,5 milhões foram embarcadas até agosto -, o estoque final de milho em 31 de dezembro ainda deve ficar em 12,663 milhões de toneladas. "As exportações de milho chegarão a esse número porque o Governo estimulou o escoamento por meio dos leilões de prêmio de escoamento de produto (PEP), nos quais subsidia o frete. Das 10,9 milhões de toneladas escoadas, ao custo de R$ 800 milhões pelo Governo, apenas 900 mil toneladas foram destinadas ao Norte e Nordeste. O restante foi para a exportação", destacou o Ministério.

Fonte: Diário da Manhã