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Mais grãos em ano de risco

A produtividade das lavouras de grãos esperada na região central do Brasil se tornou um fator inusitado nesta safra de verão. Minas Gerais e Goiás querem colher de 2% a 4% mais soja que em anos anteriores. No milho, o corte de 5% na área tende a ser compensado pelo aumento da produtividade. O quadro contrasta com o dos estados do Sul, que temem seca por causa do La Niña, e com o de Mato Grosso, que tenta recuperar o atraso no plantio. Todas as regiões estão apostando em bons preços na colheita, mas quem alcançar alta produtividade é que vai lucrar mais.

"Os preços são a vedete desta safra. O clima está bom até agora e, se a chuva continuar, a produtividade aumenta. Nesta safra, investiu-se um pouco mais em tecnologia", afirma Leonardo Machado, técnico e analista da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg). A avaliação dos técnicos aparece nas estatísticas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Goiás tende a colher 2,95 mil quilos de soja por hectare, 2,5% a mais que no ano passado. Para Minas, o ren­­dimento previsto e de 2,94 mil quilos por hectare, com avanço de 4,3%. Nos dados da Conab, esse avanço de produtividade ajuda a sustentar uma safra nacional de soja acima de 68 milhões de toneladas, marca atingida na temporada 2009/10. O papel da região é decisivo também no milho. Com maior rendimento, Minas deve assumir a liderança na produção de verão, alcan­çando 5,94 milhões de to­ne­­ladas. Tradicional líder, o Pa­­raná reduziu a área do cereal e pode colher 300 mil toneladas a menos que o concorrente do Sudeste.

Após as chuvas recentes, o plantio começou a deslanchar na porção central do Brasil. Em Goiás, se aproxima de 50% do total de 2,6 milhões de hectares previstos para a soja, área 3% maior que a de um ano atrás. No milho, que também avança na semeadura, os goianos recuaram 20 mil hectares, para 360 mil.