Se o tempo e a cotação do dólar permitirem, a safra 2010/2011 deverá garantir rentabilidade aos produtores de milho e soja. A projeção, apresentada ontem pela Fecoagro, leva em conta a redução de custos de produção e a tendência de alta nos preços dos grãos. Segundo o presidente da federação, Rui Polidoro Pinto, o cenário pode variar com o comportamento do dólar, que precisa ficar entre R$ 1,70 e R$ 1,80, e com o La Niña.
O melhor resultado deve ser obtido na soja. Conforme o estudo, se o produtor conseguir colher 40 sacas por hectare, deve obter uma rentabilidade de 33,46%, considerando que o custo para produzir uma saca (60 quilos) teve queda de 3,08%. O economista da Fecoagro, Tarcísio Minetto, explicou que a margem deve ser maior na oleaginosa porque a cultura não usa coberturas como ureia ou nitrogênio, que não tiveram variações expressivas. Já o glifosato teve uma queda de 30,82% no preço em relação à safra passada. No caso do milho, a produtividade deve ser de 85 sc/ha para resultar em rentabilidade de 10,7% com queda nos custos de produção de 2,85%.
A única cultura no vermelho é o trigo. Apesar da redução dos estoques mundiais, o mercado interno não absorveu os novos preços. Para tentar reverter este cenário, Polidoro entregou estudo ao ministro Wagner Rossi. "Precisamos de mecanismos para eliminar esse prejuízo." Até março, deve ser criado um grupo de trabalho para elaborar proposta de sustentabilidade ao setor.
Fonte: Correio do Povo