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Frustração deve ser menor nesta safra

O La Niña significa quantidade menor de chuva e em períodos mais espaçados nesta safra de verão, especialmente no Sul do país. Por conta disso, a incidência da ferrugem não deve ser tão severa como na safra passada, em que o El Niño predominou, com chuvas mais intensas e com maior regularidade. Todavia, o La Niña não significa que não haverá ocorrência de outras doenças. Isto porque muitas delas, precisam do clima seco para se proliferar.

Para estas condições é o caso do oídeo, segundo a pesquisadora da Embrapa trigo, Leila Costamilan. Ela explica que ele necessita de clima mais seco e temperaturas amenas, justamente o que o fenômeno oferece, para se proliferar. Mas esta doença é registrada mais cedo do que a ferrugem, especialmente se a cultivar for susceptível, a indicação é do controle químico, ainda no florescimento. Com relação aos danos causados, eles são menores do que a ferrugem pode causar.

A pesquisadora aponta que apesar de toda informação sobre a ferrugem, muitos produtores, mas em sua maioria localizados em áreas marginais, não dão atenção as recomendações e não fazem os tratos necessários. Por conta disso, que ela ainda causa prejuízos nas lavouras da região.

A ferrugem está ligada diretamente a chuva, ao molhamento foliar. Se mesmo com o La Niña houver água livre na superfície da folha no mínimo por 10 horas é possível que haja a infecção por ferrugem. Normalmente, a ocorrência não se dá na primeira fase vegetativa da soja, mas no período reprodutivo, ou seja, em meados de janeiro. Sendo assim, há chances de haver incidência da ferrugem em anos de escassez de umidade, mas sua severidade não tende a ser alta. “O que não significa que não haja necessidade de tratamento”, destaca. Leila acrescenta que a partir da detectada ou se houver noticias da ferrugem em lavouras da região, é preciso fazer o controle químico.

Outras doenças favorecidas pela seca Além do oídeo, outras doenças são favorecidas pelo clima mais seco. Entre elas está a podridão cinza da raiz, que surge no final do ciclo. Ela está ligada diretamente ao estresse hídrico. A pesquisadora explica que a lavoura aparentemente é sadia, mas aleatoriamente, há plantas que acabam morrendo mais cedo. Essa condição tem sido observada seguidamente em anos de estiagem prolongada, a te porque aumentou a quantidade desse fungo no solo. Nesta situação, não há método de controle eficiente. "Não se tem variedade resistente e nem mesmo a aplicação de fungicidas tem eficácia. Somente o manejo da lavoura, no caso, não deixando faltar água para a planta. Para tanto seria necessário o sistema de irrigação, tecnologia pouco usada para grãos no Rio Grande do Sul", enfatiza.

Fonte: Jornal Diário da Manhã