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Para Cassel, compra de terras por estrangeiros ameaça País

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que a compra de terras por grupos estrangeiros no Brasil e em todo o Mercosul é uma "ameaça real" e pode gerar problemas de segurança alimentar. A avaliação foi feita logo após a abertura da 14ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), em Brasília. "Qualquer especialista hoje sabe que existe uma especulação muito grande com terra e investimento da China, Japão e mesmo Estados Unidos. Há muitos países querendo comprar no Brasil, na América Latina, na África, e isso preocupa todo mundo", disse Cassel. Segundo o ministro, a compra de terras por estrangeiros é um tema que preocupa todos os países da América Latina e os países em desenvolvimento. "Não é um problema só do Brasil, e sim de todo o bloco. Ter garantias sobre seu território é um assunto de segurança nacional, de soberania. Em segundo lugar, é um tema de segurança alimentar. Não podemos permitir que as terras brasileiras sejam ocupadas sem estarmos preocupados com a segurança alimentar do País. Temos um território muito vasto, muito rico, e temos que ter controle sobre ele", declarou Cassel.

A preocupação a respeito da aquisição de áreas de cultivo por estrangeiros foi manifestada também pelo representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para América Latina e Caribe, José Graziano da Silva. "A compra de terras por estrangeiros impõe um desafio adicional", disse Graziano, lembrando outros obstáculos a serem enfrentados principalmente pela agricultura familiar de toda a região, como a reforma agrária. Para Cassel, há riscos para o País quando uma empresa estrangeira domina um vasto território e "não tem compromisso com a produção de alimentos", com possibilidade de efeitos nocivos para população do campo e da cidade. "Isso pode acarretar aumento nos preços dos alimentos. É isso que a gente não quer", declarou. Cassel destacou que recentemente foram adotados mecanismos para controlar o domínio de terras, mas destacou que é preciso manter atenção sobre essa tendência.