Tietböhl reclama de repasse
Ao final do mandato que durou sete meses à frente da Secretaria da Agricultura (Seappa), o titular da Pasta, Gilmar Tietböhl, despede-se sem resposta para algumas questões. Ele reconhece deixar lacunas para o sucessor resolver em 2011, mas se diz satisfeito com o trabalho realizado.
Correio do Povo - Quais suas principais contribuições para a Seappa?
Gilmar Tietböhl - A parceria com o setor privado, por meio do Fundesa, foi fundamental. A retomada das câmaras setoriais estaduais também, especialmente do mel, com o georreferenciamento das propriedades. Outra conquista foi a aprovação da legislação de defesa sanitária vegetal.
CP - O que o senhor deixa para seu sucessor, Luiz Fernando Mainardi?
GT- Algo que nos frustrou foi não termos assinado o convênio para repasse de verba do governo federal. Tínhamos o plano de trabalho que começamos em 2008. O convênio previa R$ 18 milhões e o Ministério da Agricultura (Mapa) pediu alterações. O valor foi diminuindo e, perto das eleições, o Mapa aprovou convênio de R$ 7,5 milhões. Não houve tempo de empenhar o valor.
CP - O que aconteceu?
GT- Não tenho resposta para isso. Como secretário, lamento ter pedido audiência com o ministro dia 9 de julho e, até hoje, não ter recebido retorno. Isso foi um descaso com o governo e com a área rural do RS.
CP - Como ficou a ação do governo contra a empresa responsável pela bilheteria da última Expointer?
GT - A questão foi encaminhada à PGE para cobrança. Agora, o processo é judicial. A empresa terá que honrar o compromisso.
CP - A governadora Yeda Crusius anunciou R$ 6 milhões à Expointer 2010, mas R$ 800 mil foram investidos. Por quê?
GT- Não tínhamos expectativa que as obras ficassem prontas para a Expointer. A maioria dos projetos não foi adiante pela necessidade de serem refeitos ou por terem orçamento reduzido, mas não tenho como detalhar esses números.
CP - Como está o pagamento das indenizações do Fesa?
GT - O Fesa tem um passivo que ainda precisamos acertar. Nos últimos três anos, foram pagos R$ 505.111,83. Mas com a existência do Fesa e do Fundesa, o produtor pode escolher por meio de qual deles quer receber. E estão direcionando o recolhimento para o Fundesa, ou seja, o Fesa está ficando sem recursos.
CP - Por que o governo mudou de posição sobre a retirada da vacina contra a aftosa?
GT - Não é que mudou, desaceleramos o processo porque se começou a focar muito na retirada da vacinação contra a febre aftosa, como se fosse uma coisa para daqui a um ano ou dois. Isso é consequência de um sistema de defesa agropecuária competente, seguro e estabelecido.
Fonte: Correio do Povo