Previsões indicam sequência do La Niña, pelo menos, até o segundo semestre de 2011
O mês de dezembro foi marcado por precipitações acima da média histórica, na maior parte das áreas produtoras de grãos do Brasil. No Sul, as precipitações registraram valores acima dos 300 mm na maior parte da região, quase o dobro do que era esperado para a época do ano. A exceção ficou para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as precipitações continuaram muito irregulares e abaixo da média. Nas regiões Sudeste, Centro-oeste e áreas produtoras de grãos do Nordeste, as chuvas também foram bem distribuídas e acima da média na maior parte destas regiões, mantendo excelentes condições hídricas no solo, para o bom desenvolvimento das lavouras.
O meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ressalta que para o Centro-sul do Brasil, muitas destas precipitações estão vindo acompanhadas de temporais, rajadas de ventos fortes e ocasionalmente com queda de granizo. "A formação de áreas de convergência de umidade, favoreceram a ocorrência de chuvas de forte intensidade, que excederam a climatologia, mantendo as chuvas acima da média para o mês de dezembro", explica.
Conforme Lazinski, a exemplo dos últimos meses, as temperaturas continuaram apresentando grandes amplitudes, com mudanças bruscas e os extremos se acentuando, no Sul do Brasil, em conseqüência da entrada de massas de ar frio, ainda com forte intensidade. Em meados de dezembro, grande parte da região Sul, apresentou queda acentuada de temperatura, com declínios superiores a 12°C, em menos de 24 horas. Na região central do Brasil, as temperaturas vem mantendo os padrões médios, para a época do ano.
O fenômeno climático "La Niña", que vem sendo classificado como um episódio de intensidade moderada a forte, persiste com anomalias de até -02°C nas temperaturas das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial, numa extensa área daquele Oceano. "Os modelos de previsão climática continuam mostrando a sequência do La Niña, pelo menos, até o segundo semestre de 2011", observa o meteorologista.
Para o Centro-sul do Brasil, seguem os prognósticos de precipitações abaixo da média, porém, com uma distribuição mais irregular, intercalando períodos de muita chuva com períodos maiores de pouca ou nenhuma precipitação. Já para a região Centro-oeste, áreas agrícolas do Nordeste e maior parte da região Sudeste as chuvas que voltaram ao normal no decorrer de novembro e dezembro, devem continuar com o mesmo padrão, ou seja, chuvas bem distribuídas, abundantes e acima da média.
Conforme o relatório da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná - SEAB, no estado do Paraná, as chuvas das últimas semanas foram benéficas para as culturas de verão e pastagens, que se encontram em excelente estágio de desenvolvimento. Os agricultores trabalham agora no manejo das lavouras, com atenção especial para o controle da ferrugem asiática da soja e do oídio.
Situação semelhante verifica-se também no Rio Grande do Sul, onde as chuvas acima da média para o mês de dezembro, beneficiaram quase todas as regiões. As culturas de arroz, milho, soja e feijão apresentam um bom desenvolvimento. Na região da Campanha, as chuvas esparsas em pequenos volumes, contribuíram para amenizar os problemas causados pela estiagem, que vinha prejudicando o plantio e o desenvolvimento das pastagens e campos nativos.
Quanto às temperaturas, Lazinski adianta que deverão ser observadas mudanças bruscas em função da entrada de massas de ar frio, que ainda devem ocasionar grandes variações, acentuando os extremos no Centro-sul do Brasil. Nas demais regiões as temperaturas deverão seguir os padrões normais para a época do ano.
Fonte: Agrolink
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