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Plantas daninhas estão mais resistentes

A operação de dessecação visa preparar a área para semeadura da próxima safra, no caso as culturas de inverno, dentro do sistema de semeadura direta. Como alternativas de culturas econômicas há o trigo, cevada, canola, e ainda, a preparação das áreas para a cobertura de solo. Para todas as situações, deve-se procurar fazer a semeadura no limpo, para dar vantagem competitiva da cultura em relação à planta daninha. Para isso, é lançada mão do uso da dessecação. Entretanto, na região, há plantas daninhas como o azevém que está resistente a aplicação de um herbicida e, por isso, torna-se necessário fazer associações de produtos e, até mesmo, realizar mais de uma vez o processo.
O professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF, Mauro Antônio Rizzardi, explica que no caso de quem cultivou milho, logo após a colheita já pode eliminar as plantas daninhas para, posteriormente fazer o plantio da safra de inverno ou da cobertura de solo. Nos locais onde há azevém, segundo ele, o agricultor deve fazer essa dessecação dando atenção aos produtos que vai utilizar para o controle. Pois na medida em que há alguns biótipos de azevém resistentes, por exemplo, ao herbicida glifosato. Neste caso, Rizzardi destaca que é necessário fazer associações de herbicidas. "Usar glifosato com graminicida ou, eventualmente fazer a dessecação seqüencial, caracterizada pela aplicação de glifosato mais graminicida e, complementada com aplicação com outro produto de contato para complementar o controle", destaca.

A dessecação visa eliminar estas plantas para não competir com a cultura que for implantada, ou seja, visando não ocorrer o problema de mato competição. Para tanto, em algumas situações, o professor recomenda a dessecação logo após a colheita da safra de verão e, uma segunda etapa no pré-plantio. Pois no tempo entre a primeira etapa até a semeadura do trigo que ocorre em junho, há possibilidade de um novo fluxo de germinação.

O processo implica em um custo que já está adicionado aos custos de produção. Mas se o agricultor não proceder desta forma, poderá ter reflexos negativos na hora da colheita, rendimentos e rentabilidade. Rizzardi alerta ainda que tão importante quanto o processo de dessecação é a atenção para o controle no sistema como um todo e não apenas em uma planta daninha. Ou seja, ele recomenda cuidados neste momento para o controle da buva que pode ocasionar problemas na próxima lavoura de soja. "O agricultor tem que fazer um planejamento de estabelecer a cultura no limpo, seja de produção de alimentos ou mesmo para cobertura de solo que, será ocupada na próxima safra de verão com soja ou milho", conclui.

Fonte: Jornal Diário da Manhã