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Liquidez do cereal em debate

Liquidez do cereal em debate A 6ª edição do Fórum Nacional do Trigo, que acontece nos dias 16 e 17 de maio, em Ijui, traz uma novidade: a discussão da liquidez do cereal. De acordo com o agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen, esta será a primeira vez que o assunto vai ser trazido para o debate. Por isso vai se buscar mecanismos que contribuam para uma maior liquidez do produto. Ou seja, que o cereal tenha mercado, se não como é o da soja, que venha a ser próximo. O evento será realizado pela Cotrijui, junto com Embrapa Trigo e Emater. Vão estar presentes no evento, além de produtores e técnicos, representantes do Mapa e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O fórum itinerante promove no dia 16, uma palestra sobre a economia mundial e o agronegócio brasileiro. No dia 17 são as atividades abertas ao público em geral, agricultores e profissionais, ligados ao setor. Um dos painéis será sobre a importância sócio- econômica e ambiental do trigo. Outro, sobre as tendências de mercado para a safra 2011 e será dada ênfase especial a possibilidade das exportações brasileiras de trigo. Nos primeiros três meses, o Brasil já exportou 1, 615 milhão de toneladas de trigo. Segundo Jacobsen, um recorde na história da triticultura brasileira. Desse volume, 880 mil toneladas foram exportadas pelo Rio Grande do Sul, principalmente para países do norte da África, como Argélia e Marrocos, países dos quais o Brasil importa fertilizantes e petróleo.

Há toda uma expectativa das possibilidades da região Sul do Brasil, que detém 94% da produção de trigo entrar no mercado internacional. “Pode parecer um paradoxo, pois importamos entre 5 e 6 milhões de t. Mas a concentração da produção de trigo na região sul do Brasil vai muito mais além do que a capacidade de consumo da região. E muitas vezes, a colocação do produto brasileiro, até em função das características de consumo que o Brasil tem, que a maior parte é de pão tipo francês, que precisa de uma maior força de glúten, se dá porque nem sempre nosso trigo atende as necessidades da indústria moageira, enquanto que mercados externos poderiam absorver esse trigo em função do destino que não seja pão francês”, diz.

Em 2010 o país exportou o cereal, mas destinado a alimentação animal, em função da qualidade do produto. Entretanto, o agrônomo enfatiza que é preciso levar em conta que o Brasil ocupou parte do espaço deixado pela Ucrânia e Rússia, em função da redução na oferta do produto, sendo que estes são países que normalmente atendem os mercados do norte da África.

Qualidade do trigo Ainda dentro dos temas que vão ser explanados no Fórum, está o painel sobre tecnologia de produção, questões relacionadas à classificação do trigo e a economia da produção. O Brasil cultiva o trigo com a força de glúten que a indústria deseja. Porém, há interação entre genética e meio ambiente. E às vezes, há chuva excessiva na colheita que provoca perdas na qualidade. “Melhoramos muito o patamar de rendimento nos últimos anos e, em 2010, tivemos um recorde de rendimento no Estado, com 2.490 quilos por hectare, sendo que a produção foi próxima a 2 milhões de toneladas. Importamos trigo também, pois normalmente sobra para o RS exportar em torno de 1,2 milhão de t – pois muitas vezes a venda sai mais caro trazer o produto de outro estado do que de outro país, o que de certa forma inibe um pouco nossa competitividade”, acrescenta. O importante é que o fórum está voltado a discutir a encontrar caminhos no sentido de vislumbrar, efetivamente, uma possibilidade com o mercado externo.