A alta dos preços dos fertilizantes deve pressionar os custos de produção da safra 2011/2012. No caso da soja, os gastos com adubação do solo respondem por 30% do custo de produção. Nos principais Estados produtores da oleaginosa, os agricultores anteciparam a compra de insumos tentando escapar de alguns aumentos, atribuídos, sobretudo, a um crescimento na demanda, ao frete mais caro e também a dificuldades logísticas relacionadas ao escoamento da produção e ao armazenamento dos grãos.
Para o gerente da Unidade da Cotrijal – Passo Fundo, Vilmar Sertóli, a questão dos insumos e o seu impacto nos custos de produção devem ser analisados sob dois aspectos: o primeiro, quando se fala em defensivos químicos; e o segundo, em fertilizantes. "Se analisarmos os custos dos defensivos, percebemos que houve uma redução estimada entre 16 e 17% neste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado", afirmou Sertóli, explicando, porém, que os fertilizantes apresentam uma elevação entre 10 e 12%.
Conforme ele, o aumento no preço do frete para transportar as principais commodities da safra 2010/2011 até os portos e os problemas logísticos enfrentados pelos produtores, cerealistas e cooperativas no armazenamento e estocagem dos grãos contribuíram para esta elevação. "E este ano foi um pouco atípico também na questão de rentabilidade, porque os preços estavam bons. Com isso, o produtor estava capitalizado e conseguiu antecipar a compra desses insumos, tanto dos fertilizantes quanto dos defensivos", observou
A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) divulgou, recentemente, uma nota afirmando que esta antecipação, além de ser benéfica para reduzir os custos de produção dos agricultores, também demonstra um maior profissionalismo do homem do campo que, a cada safra, busca melhorar a gestão da propriedade, buscando minimizar os riscos diante das constantes oscilações no mercado de commodities.
Sertóli salientou ainda que, em função do encerramento da colheita, os produtores estão adotando uma modalidade de compra antecipada, garantindo a estabilidade do preço. A prática consiste em estabelecer um valor fixo pela commoditie e trocar o grão por insumos. A prática, que até então era mais comum com o trigo, agora começa a se popularizar com a principal cultura agrícola do Rio Grande do Sul.
Fonte: Diário da Manhã