O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 terá R$ 107 bilhões para custeio, investimento, comercialização e subvenção da agropecuária comercial. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, durante seminário na BM&F Bovespa em São Paulo.
O valor representa aumento de 7% em relação ao volume de recursos aportado no ano passado. Seguindo a tendência histórica, a expectativa é que 20% do montante acabe nas mãos de agricultores gaúchos. "São recursos que darão o suporte necessário para mantermos um protagonismo no mercado mundial de alimentos", disse o ministro. Somado ao valor já anunciado para a agricultura familiar, o volume total destinado para o setor primário somará R$ 123 bilhões. "Para a próxima safra, o Brasil vai colher mais de 160 milhões de toneladas de grãos", previu Rossi. O anúncio oficial do Plano Safra deve ocorrer em junho. Rossi adiantou que, entre as novas medidas, está a criação de uma linha de crédito para financiar a renovação das plantações de cana-de-açúcar. "Isso é importante para garantir competitividade e ganhos de produtividade do setor", comentou. Ele também anunciou recursos de estímulo à pecuária. "O produtor precisa de condições especiais de financiamento, que permitam a retenção e a compra de matrizes", disse o ministro. O plano ainda prevê crédito para projetos agropecuários destinados à recuperação de pastagens. "O Programa Agricultura de Baixo Carbono tem como meta recuperar, em dez anos, 30 milhões de hectares de áreas degradadas", informou. O objetivo é garantir ganhos de produtividade com a mitigação da emissão de gases de efeito estufa.
Apesar de comemorar o aumento de 7% no aporte, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, cobrou melhores condições de acesso ao crédito. Segundo ele, as taxas de juros (6,75% ao ano para custeio) poderiam ser reduzida. "Nos últimos oito anos, não nos preocupamos com o volume de recursos, mas, sim, com o acesso. Não adianta delegar valores se não se cria condições", disse Sperotto.
Ontem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ajustes nas normas de financiamento do crédito para a safra 2011/2012. As medidas, que entrarão em vigência em 1 de julho, serão detalhadas em resolução a ser publicada no próximo dia 31. Entre os votos agrícolas ainda constam alterações em ítens do Manual de Crédito Rural (MCR) para financiamentos do Pronaf e BNDES. Os detalhes também virão a partir do dia 31.
Fonte: Correio do Povo