Berço do cooperativismo no país, o Estado do Rio Grande do Sul está preparado para retomar a força que desenvolveu comunidades e sustenta atividades econômicas por décadas. Apoiado na capacidade de associativismo, o modelo de gestão é desafiado agora a aumentar escala e integrar unidades de grande e pequeno porte.
Com 2 milhões de associados e 50 mil empregos diretos, as cooperativas do Rio Grande do Sul são responsáveis atualmente por 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. O faturamento de R$ 21 milhões, alcançado em 2010, é resultado da atuação em setores estratégicos da economia, como agropecuária, crédito, saúde e infraestrutura.
No entanto, o crescimento de 15% ao ano, segundo o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do RS (Ocergs), Vergílio Perius, não é o suficiente para acomodação.
- Precisamos fortalecer a gestão das cooperativas, além de ter um foco maior da agroindústria no mercado interno - aponta Perius, que coordena as atividades de comemoração ao Dia Internacional do Cooperativismo, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre (RS).
No Estado, o setor agropecuário é responsável por quase 70% do faturamento das cooperativas.
- Uma cooperativa agrícola faz com que a safra se complete, além de ser uma balizadora de preços aos produtores - aponta o professor da Universidade de Passo Fundo, Rubens Blum.
Fundada há 53 anos em Não-Me-Toque (RS), a Cotrijal fechou 2010 com faturamento bruto superior a R$ 644 milhões. Com 5,1 mil associados e 32 unidades de atendimento, a cooperativa se transformou em um modelo de gestão bem-sucedida - com visibilidade nacional na Expodireto.
- Temos orgulho em fazer parte de uma integração nacional e internacional do cooperativismo - destaca o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica.
Presente em 10 Estados, o Sicredi é responsável por quase a metade do total de R$ 68 bilhões em ativos de crédito no país. Com 1,8 milhão de sócios, tornou-se uma grife nacional de cinco anos para cá. Fortemente ligada com a atividade agrícola, que ainda detém 70% das operações, a instituição financeira começa a ocupar espaço em outros setores da economia.
- Em 2014, queremos chegar a 3,2 milhões de sócios e R$ 62 milhões em ativos, chegando aos grandes centros urbanos - diz o presidente executivo do Sicredi, Ademar Schardong.
Pesquisador do modelo cooperativista, o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, Carlos Schmidt, alerta para a necessidade de participação direta dos associados, especialmente na tomada de decisões.
Fonte: ZERO HORA