O Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012 lançado nesta terça, dia 12, pelo governo federal coloca a disposição R$ 16 bilhões. De acordo com o governo os créditos estão à disposição dos agricultores desde o dia 1º de julho, quando o anúncio do plano foi adiado. A antecipação do crédito pode ajudar os produtores a comprar insumos com valores mais acessíveis, mas muitos temem não poder aproveitar essa oportunidade.
A Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Rio Grande do Sul avaliou de forma positiva as medidas anunciadas. Apesar disso, a entidade acredita que os valores são diferentes dos que foram prometidos.
- Nós consideramos importante o recurso de R$ 16 bilhões. Gostaríamos de ampliar mais a questão da cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), atualmente o programa está centrado em cima da conta do banco. O que tinha sido prometido para nós em Brasília, que era de R$5 mil de cobertura, diminuiu para R$4 mil - comenta o vice-presidente da Fetag/ RS, Carlos Joel da Silva.
Outro fator que ainda preocupa a federação é o do endividamento agrícola. Mesmo com os créditos antecipados muitos produtores não poderão aproveitar a oportunidade.
- Os agricultores estão enfrentando dificuldades. Muitas agências não estão aceitando a prorrogação. A orientação que a Fetag passa para os sindicatos é que, ate dia 20, aqueles que não podem pagar, não efetuem o pagamento e aguardem para ver se nós vamos avançar - explica.
Para os produtores rurais de Viamão o acesso a essas ferramentas esbarra na burocracia. A informação e a política fundiária são as principais reivindicações de quem vive na região.
-Acho que o governo deveria providenciar, através da Assembléia Legislativa ou da Câmara dos Deputados, a regularização fundiária. Uma política para regularização fundiária, porque há muitos produtores que tem a posse da terra, mas não tem a titulação. Por isso encontra uma série de dificuldades para acessar créditos, acessar uma série de políticas públicas para incrementar sua produção - conta produtor rural Álvaro Lanner.
Lanner está entre os produtores que enfrenta dificuldades para comercializar o que produz.
- Nossa dificuldade começa pelo talão de notas. Temos dificuldade para tirar o talão, justamente porque é exigido que tenha a titularização da terra. Então produzimos e não conseguimos comercializar - desabafa.
Fonte: Canal Rural