Apesar do aumento de 6,13% na área plantada de trigo no Estado, o produtor gaúcho não tem motivos para ficar otimista, já que o preço da saca deve se manter em R$ 25,00. A preocupação é tanta que motivou uma reunião de representantes da Associação Brasileira de Produtores de Trigo (Abitrigo) com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.
Na pauta, a prorrogação da desoneração de PIS e Cofins sobre o trigo, farinha de trigo e pré-misturas para fabricação de pão - que deve terminar em 31 de dezembro - e importações do produtos de países do Mercosul. O ministro disse que agora irá analisar as demandas em conjunto com outros ministérios.
Conforme dados da Emater, o Estado deve colher em torno de 2 milhões de toneladas do grão na safra 2011.
- Nossa maior preocupação é com a comercialização. Os preços do mercado interno estão basicamente os mesmos há 12 meses - explica o engenheiro da Emater, Cláudio Dóro.
Cerca da metade da produção do trigo gaúcho deve ser destinado a exportação. Porém, conforme o analista da Companhia Nacional de Abastecimento, Paulo Magno Rabelo, o Rio Grande do Sul teria de investir mais na qualidade do grão para que as vendas ao Exterior fossem impulsionadas, o que influênciaria diretamente a elevação do preço no mercado interno.
Na localidade de Novo Horizonte, em Cruz Alta, o produtor Evaldo Quaini espera que os cerca de 130 hectares que cultiva possam render mais na próxima safra:
- O ideal seria a saca em torno de R$ 30. Hoje, qualquer tropeço pode comprometer a lucratividade - alega.