Ibanor Anghinoni em sua palestra
Rodada inicial de palestras do 1º Congresso Sul-Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas - Apsul América, reuniu aproximadamente mil pessoas, que debateram os desafios e as conquistas do setor
As discussões sobre a utilização da agricultura de precisão iniciaram-se nesta manhã de terça-feira (13), para uma plateia de pesquisadores, estudantes, produtores e profissionais do campo. Joerg Jasper, representante da Yara Hanninghop (Alemanha) trouxe informações sobre sensores ópticos para fertilização nitrogenada em tempo real, mostrando a experiência europeia em mais de 10 anos de utilização desta tecnologia. Segundo ele, esse equipamento permite detectar a quantidade de nitrogênio que a cultura estabelecida necessita e com isso otimizar a eficiência do nitrogênio, garantindo maior uniformidade de produtividade. "Essa tecnologia deverá em breve ser desenvolvida no Brasil", avaliou Telmo Amado, Professor da Universidade Federal de Santa Maria, e coordenador do projeto Aquarius.
A forma de funcionamento do equipamento foi questionada pela plateia, visando comparar os resultados obtidos na Europa com os que podem ser alcançados com as condições de revelo e características gerais da América do Sul. O palestrante ressaltou que há necessidade de se fazer uma pesquisa local para validar o equipamento, mas acredita no sucesso de sua utilização e da Agricultura de Precisão como um todo.
Ele concluiu sua palestra dizendo que não consegue enxergar a agricultura do futuro sem a utilização da agricultura de precisão. E que ela será um componente integrante de todas as propriedades.
A segunda palestra teve a coordenação de Ibanor Anghinoni, representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele falou sobre variabilidade espacial e formas de aplicação a lanço de fertilizantes. Também destacou que a agricultura de precisão é o assunto do momento e que as discussões estão ocorrendo na hora certa, quando a agricultura está se desenvolvendo na região após vencer as primeiras etapas (plantio direto, diminuição do processo erosivo, melhora na fertilidade do solo com a introdução de plantas de cobertura). "Os solos atingiram certos níveis de suficiência e agora estamos trabalhando com detalhamento, fazendo esses solos produzirem o máximo", enfatizou.
Painel debate os avanços da Agricultura de Precisão
Os avanços da agricultura de precisão na América do Sul também foram debatidos durante o primeiro dia de congresso. Esse painel contou com a participação do presidente da Farsul, Carlos Sperotto; do representante da Embrapa, Ricardo Inamasu; do representante do INTA, Andrés Méndez; e do mediador e apresentador do Canal Rural, João Batista Olivi.
No painel, a agricultura de precisão foi considerada como um novo foco para a agricultura brasileira, com o objetivo de avançar na pesquisa na área de máquinas e expandir no setor. Um comparativo com o desenvolvimento da pesquisa na Argentina foi apresentado pelo representante do INTA, Andrés Méndez que revelou que o seu país tem capacidade de atuar em 50% de sua área destinada ao plantio com a utilização de agricultura de precisão, número que segundo a Farsul chega a 10% no Brasil.
Protótipo é apresentado pela Embrapa na Apsul
Outro destaque foi a apresentação de um protótipo desenvolvido pela Embrapa, que realiza o monitoramento de áreas através de sensores que atuam em solos e plantas. Esse projeto de robótica foi apresentado pelo pesquisador e representante da Embrapa, Ricardo Inamasu, que destacou os avanços da robótica junto com a agricultura de precisão.