Um dos poucos países, entre os grandes produtores agrícolas, cuja competitividade tem condições de atender a demanda mundial por alimentos, fibras e energia renovável, o Brasil ainda se vê diante de um desafio: a necessidade de incrementar o uso de modernas tecnologias na produção rural. É o que revelam os recentes números, por exemplo, do mercado mundial de defensivos agrícolas. O estudo acaba de ser divulgado pela da consultoria alemã Kleffmann Group, líder mundial em pesquisas para o agronegócio.
Segundo o levantamento entre os grandes países produtores, em 2004 o Brasil já detinha um dos melhores números em relação a produtividade por área plantada; naquele ano, o agricultor brasileiro apresentava um dos menores investimentos com defensivos por tonelada produzida e por área plantada.
"De 2004 a 2007, entre os países maiores usuários de defensivos, o Brasil foi o que mais elevou a produção, sem aumentar a área plantada", observa Lars Schobinger, diretor-presidente da Kleffmann no Brasil. "Consequentemente, o uso relativo de defensivos, por área e principalmente por tonelada produzida, evoluiu menos que nos demais países."
Expressivos ganhos de produtividade
O indicador da sustentabilidade na produção agrícola brasileira se evidencia no seguinte dado: entre 2004 e 2009, o investimento em defensivos agrícolas registrou alta de apenas 1,5%, em dólar por tonelada de produto colhido. No mesmo período, o Brasil foi o que registrou a maior evolução na produção de alimentos, ampliando em 44,5% o volume. "Este incremento no Brasil se verificou mesmo com o país aumentando apenas 4% em área plantada. Portanto, o que ocorreu foi um expressivo ganho de produtividade", destaca Lars Schobinger.
Ou seja, uma leitura superficial - quando não propositadamente distorcida - do mercado mundial de defensivos agrícolas tem levado à uma conclusão absolutamente equivocada: a de que o Brasil é o país que mais utiliza esses produtos. Não é o que dizem os números. Na verdade, o uso no Brasil é muito menor que o observado nos principais países agrícolas - mesmo sabendo-se que a agricultura brasileira, sob clima tropical, exige muito maior uso da tecnologia para controlar as pragas.
E acordo com o levantamento da Klefflemann, quando se ordena os oito principais países pelo uso de defensivos por produto agrícola colhido, o ranking, em ordem decrescente, é o seguinte. Argentina; União Europeia; China; França; Rússia; Japão; Brasil e Estados Unidos.
Agrolink com informações de assessoria