Chegou ontem às mãos do governador Tarso Genro o pacote que contempla políticas públicas para impulsionar o cooperativismo no Estado. Fruto de seis meses de trabalho do grupo coordenado pelo secretário do Desenvolvimento Rural, Ivar Pavan, as propostas buscam investimentos e reduções tributárias. Os incentivos previstos em nove ações estão condicionados à elevação de produtividade nos próximos anos. Antes disso, o texto terá de passar pelo crivo da Secretaria da Fazenda, que analisará o impacto financeiro das medidas.
Depois da modificação do Fundopem, o programa Pró-Cooperação é o item de maior importância entregue a Tarso. Pelo texto, até 90% do incremento de ICMS gerado pelo setor seria usado como fundo perdido. Parte do valor voltaria para as cooperativas e parte iria para um fundo de aval destinado a financiamentos, com taxas de juro inferiores às de mercado. Mas, de acordo com o presidente da Ocergs, Vergilio Perius, não há consenso sobre uma exigência pública para a concessão desse benefício: o acompanhamento de gestão por parte do governo. "Não concordamos, pois isso envolve um trabalho paralelo desnecessário." Já o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, acredita que as cooperativas devam fazer a sua parte no processo. "A redução tributária é para que o setor se organize e aumente a produtividade."
Construído a quatro mãos, o pacote é aguardado com confiança. "Pela primeira vez, recebemos atenção condizente com a atividade", avalia Pinto. "São incentivos fundamentais para o setor que mais gera emprego", diz Perius. O Estado tem 606 cooperativas e 2 milhões de associados. O setor, que responde por 10,11% do PIB, fatura R$ 18 bilhões e gera 50 mil empregos.
Fonte: Correio do Povo