A exposição de animais foi um dos destaques
Médico veterinário da Cotrijal visita propriedades norte-americanas, prestigia a feira World Dairy Expo e conhece as novas tecnologias e potencialidades do gado leiteiro
A busca por informação e tecnologia envolvendo a produção leiteira motivou um grupo de brasileiros a prestigiarem a maior feira láctea do mundo. A convite da empresa norte-americana fornecedora de sêmen ABS, profissionais de cooperativas, produtores e pesquisadores estiveram de 4 a 8 de outubro na World Dairy Expo, realizada na cidade de Madison, no estado de Wisconsin. O médico veterinário da Cotrijal Alan Issa Rahman acompanhou o grupo nesta viagem e pôde conferir o que há de mais moderno no setor e as práticas utilizadas pelos produtores dos Estados Unidos no manejo de vacas leiteiras.
Rahman diz que na World Dairy Expo teve oportunidade de conhecer os grandes produtores de leite em nível mundial, das raças que mais se destacam na atividade. Além de expostos ao público, os animais participaram de concurso, em que foram escolhidos os melhores de cada raça. A feira contou com a exposição de 2.587 animais, exibidos por 1.130 expositores, e recebeu 68.006 visitantes, com 2.699 convidados de 90 países. Os visitantes do Canadá, México, Irlanda, China e Alemanha lideraram a lista de convidados internacionais durante o evento de cinco dias.
Na segunda etapa do roteiro, o grupo visitou seis propriedade rurais com o trabalho voltado para a atividade leiteira. O que mais chamou a atenção do médico veterinário da Cotrijal é a eficiência dos produtores norte-americanos, visando rentabilidade, mesmo diante da necessidade de trabalhar basicamente com sistema confinado, devido ao longo período de inverno. "Eles têm apenas seis meses para produzir alimento para o rebanho e isso fez com que se desenvolvessem mais, buscando alternativas como a alfafa, que, assim como o milho, é transformada em silagem", explica o veterinário, destacando ainda que com a utilização da alfafa o produtor norte-amerciano consegue um incremento na produção de leite. "Eles também recorrem muito à ração concentrada como forma de complemento alimentar".
Detalhes que fazem a diferença
As propriedades leiteiras norte-americanas são muito bem estruturadas e organizadas. Alan Rahman revela que em todas as visitas o grupo foi recepcionado pelos proprietários com um folder informativo contendo as características da propriedade e dados referentes à produção e à atividade realizada. Além disso, os produtores demonstravam ter domínio total sobre todos os números da propriedade. "Pudemos conhecer dados importantes de cada local visitado, como as taxas de prenhes e de descarte, concepção e média de produção", cita.
O profissionalismo com que o trabalho é desenvolvido também chamou a atenção do grupo, com destaque para a utilização de tecnologia, maquinário de ponta e extremo cuidado com a qualidade de produção. Embora possa parecer estranho para algumas pessoas, eles lavam a sala de ordenha no máximo uma vez por semana, já que os animais não dormem nesse local e a água não garante a desifecção. Nos demais dias, fazem apenas a raspagem dos dejetos. "Mas a higienização das mamas das vacas, antes de depois da ordenha, com produtos adequados, para evitar problemas como a mastite, é muito criteriosa", explica Rahman, que também destaca a preocupação referente ao esterco e dejetos, que recebem atenção especial em todas as propriedades.
Entre as fazendas visitadas, a menor tinha 350 vacas em lactação e a maior, 2000; todas com animais de alto potencial genético e boa produtividade. "A mão de obra dessas propriedades é basicamente latina, com a colaboração da família", revela Rahman. "Há um cuidado com a sucessão na atividade rural, com os pais trabalhando junto com os filhos para que o negócio tenha continuidade".