A chegada das festas de Final de Ano traz consigo uma série de rituais e tradições gastronômicas intrínsecas a época
No Natal, o prato principal da ceia é o peru; enquanto nas comemorações de Réveillon, a carne suína é protagonista nas mesas de Ano Novo. Não há uma explicação que comprove ou garanta a boa sorte para quem ingerir cortes de suíno na última refeição de um ano, mas a tradição popular diz que o porco é um presságio de boas vibrações por fuçar para frente.
Superstição ou não, o fato é que a crença deve trazer uma melhoria nos rendimentos dos suinocultores, que apostam nesta e em outras variáveis para ampliar a comercialização do produto no mercado interno. "O mercado está aquecido e se percebe uma demanda maior, os estoques do atacado e do varejo estão sendo feitos agora, apesar de imaginarmos que as compras já haviam sido feitas, o que nos permite projetar um crescimento considerável no consumo para este final de ano", afirmou o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, acrescentando, contudo, que ainda não há um índice desta elevação. "Devemos ter esse percentual após o fechamento das compras e da venda".
Conforme Folador, esse aumento do consumo tem feito o mercado reagir, minimizando eventuais perdas que os suinocultores tiveram ao longo deste ano com o embargo russo ao produto brasileiro. “Isso tem puxado para cima o preço do suíno, tanto no mercado não integrado, quando no integrado, para o produtor. Então, nós temos uma melhora significativa para o produtor nestas últimas semanas”, assegurou ele.
Elevação no preço.
Os valores do suíno vivo e da carne, garantiu o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), reagiram na maioria dos Estados pesquisados pela entidade. Segundo pesquisadores, esse aumento nos preços pode estar atrelado, principalmente, à maior demanda para formar os estoques de final de ano. "Desconsiderando-se os anos atípicos de 2005, quando ocorreram os focos de febre aftosa no Brasil; e de 2008, período de crise financeira mundial, o movimento de alta nos preços da carcaça comum suína era verificada, de modo geral, a partir de setembro.
Neste ano, contudo, os preços até subiram em setembro, mas perderam sustentação entre outubro e a primeira quinzena de novembro, e somente nesta semana mostraram sinais de recuperação", divulgou, em nota, o Cepea.
O otimismo do mercado, argumentou Folador, também está atrelado ao fortalecimento da campanha nacional produzida pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) para difundir o consumo de carne suína no mercado interno. O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, enfatizou que os suinocultores não podem ficar isolados e focados apenas nas exportações. "Há uma população enorme que precisa conhecer os benefícios da carne suína, dentro do Brasil. Por isso, estamos incentivando novos cortes e divulgando que a carne suína também pode fazer bem para a saúde", afirmou.
Fonte: Diário da Manhã