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MILHO: Estiagem aumenta risco de quebras

MILHO: Estiagem aumenta risco de quebras Nos 150 hectares onde desafiou o La Niña e cultivou o milho sequeiro – sem irrigação – Alberto Durigon, 46 anos, vê a planta atravessar seu ciclo mais delicado sob ausência de chuva regular. O drama do produtor de Cruz Alta, no noroeste do Estado, é semelhante ao que ocorre em propriedades da Serra e do Vale do Taquari.

Com chuva em quantidade insuficiente e na fase de floração e enchimento de grãos, o milho nas lavouras está sob risco.

- Ano passado, colhemos cerca de 120 sacas por hectare. Neste ano, a expectativa era a mesma, porém, se a estiagem se confirmar, a produção será lá embaixo - acredita Durigon.

A situação mais grave ocorre nas regiões Noroeste, onde não chove forte há um mês, e na Serra, onde a ausência de boas precipitações ultrapassa os 45 dias.

- Nessas duas regiões, o milho foi plantado mais cedo e as culturas estão em estado de floração e enchimento de grãos. Se a estiagem ultrapassar as próximas duas semanas, poderemos pensar em contabilizar grandes perdas nestas lavouras - afirma Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico da Emater.

Investimento em irrigação minimiza as perdas

O quadro deve se agravar nas próximas semanas, com o retorno do calor e a ausência de previsão de bons índices de chuva.

- O tempo mais quente previsto para os próximos dias atrapalha ainda mais porque aumenta a evaporação dos reservatórios hídricos. Em relação à chuva, não há a previsão de grandes volumes, somente pancadas isoladas em alguns pontos do Estado, o que não resolve o problema dos agricultores - explica a meteorologista Estael Sias.

Ontem choveu na região de Cruz Alta, porém, os oito milímetros registrados entre 16h e 18h serviram apenas para auxiliar a soja, que na maior parte das lavouras está em fase de germinação.

Com pouco mais de 200 hectares de milho cultivados em áreas irrigadas, o produtor Airton Becker, 44 anos, olha mais tranquilo para o céu. Há 10 anos, investiu no sistema de pivôs para garantir a água necessária ao desenvolvimento das plantas.

- É um investimento de R$ 6 mil por hectare, além do gasto mensal com energia elétrica. Porém, além de prevenir grandes perdas, os pivôs aumentam a produtividade da área. Em anos normais, chegamos a obter até R$ 3 mil a mais por hectare - diz Becker.