Estação começa às 3h30min de amanhã, com ameaça de estiagem e racionamento de água, situação já iniciada na primaveraÀs 3h30min da madrugada de amanhã, quando se iniciar oficialmente o verão, as previsões dos meteorologistas já estarão visíveis no baixo nível dos rios, no estorricamento das lavouras e na preocupação dos técnicos de hidráulicas. Devido à influência do fenômeno La Niña, o Rio Grande do Sul deverá continuar padecendo com a falta de chuva até março.
Os prognósticos dos institutos têm pequenas variações, mas todos convergem para o mesmo alerta: choverá pouco. O chefe do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gilberto Diniz, chega a prever que a precipitação será abaixo da média climatológica dos últimos 30 anos.
p- Será um verão com pouca chuva. O La Niña estava enfraquecido, mas volta a ter influência na primavera - avisa.
Em janeiro, segundo Diniz, o Estado terá insuficiência de chuva, à exceção da região Norte, que ficará na média. Em fevereiro, apenas o Noroeste, na fronteira com a Argentina, escapará da carestia de água. Em março, todo o território arderá com a pouca precipitação.
O meteorologista da UFPel pondera que chuva abaixo da média não significa secura. Exemplifica que, em Pelotas, costuma chover 145 milímetros em fevereiro. Neste verão, a previsão será ao redor dos 90 milímetros.
Patrícia Vieira, da Somar Meteorologia, observa que a distribuição irregular e rala da chuva já vem acontecendo. Pelas medições da Somar, não teria caído nenhuma gota em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, durante dezembro. Para janeiro e fevereiro, a perspectiva segue desanimadora. Patrícia diz que as frentes frias, capazes de trazer chuva, passarão rapidamente sobre o Estado.
A privação de chuva já provoca prejuízos. São Leopoldo e Novo Hamburgo estão racionando água devido à agonia do Rio dos Sinos. Municípios que se servem do Rio Gravataí estão alarmados. No Vale do Rio Pardo, carros-pipas socorrem agricultores cujas barragens e cacimbas se esgotaram. O chefe da Divisão de Administração e Comunicação Social da Defesa Civil do Estado, major Ari Ferreira, disse, ontem, que outras prefeituras também estão se precavendo.
Há previsões menos pessimistas. No dia 15, técnicos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e de centros estaduais se reuniram para projetar os próximos três meses. O meteorologista José Felipe Farias, do Cptec, anuncia que as regiões Centro e Sul do Estado terão chuva abaixo ou na faixa da normalidade. Nas demais, ficaria dentro das médias dos últimos anos.
Outra característica do verão será a alternância entre o calor e a passagem de frentes frias. Elas trarão pouca chuva, mas provocarão quedas momentâneas na temperatura.