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Comunicação no meio rural está em processo de evolução

Comunicação no meio rural está em processo de evolução Os avanços tecnológicos trouxeram, especialmente nos últimos anos, mudanças nos sistemas de comunicação que envolvem diretamente o agricultor. No início era somente a TV aberta, depois o vídeo, telefone celular, canais de TV a cabo ou por satélite, aumento de publicações especializadas e, finalmente, a revolucionária Internet, alteraram completamente as condições de acesso do agricultor à informação. "As redes possibilitam que os agricultores tenham acesso ao conhecimento disponível em qualquer parte do planeta sem precisar sair de suas propriedades", afirma a Engenheira Agrônoma e Mestre em Extensão Rural, Verônica Crestani Viero.

Essas mudanças resultaram em uma diluição dos fluxos de informação e permitiram o surgimento de novas instituições responsáveis pela intermediação tanto dos fluxos informacionais quanto da forma de relacionamento entre agricultores e fontes geradoras de tecnologias. No processo de comunicação emergiram novos atores, novas fontes e, com isso, alterou-se a noção histórica de extensão rural como exclusiva dos agentes públicos.

Para Viero, a comunicação no meio rural brasileiro está em processo de evolução. Assim como as barreiras entre o rural e o urbano tornam-se cada vez mais tênues e difusas, a comunicação acompanha essas mudanças e busca adequar-se as diversidades encontradas. "Pensar em comunicação para o mundo rural é pensar em realidades conflitantes, divergentes, multi meios e em constante mutação, o que requer adequação de canais e linguagem acompanhando esse dinamismo", assegura a Gerente de Ensino do Instituto Phytus.

Vista como principal meio de comunicação interativo da atualidade, a internet apresenta uma heterogeneidade e uma diversidade muito grande no meio rural. "Em determinadas regiões do Brasil, a internet é ferramenta de trabalho assim como é no meio urbano, imprescindível para o dia-a-dia da propriedade rural. Todavia, ainda existem locais totalmente marginalizados desse processo de globalização digital", pontua Viero. Segundo a Engenheira Agrônoma , especialmente em pequenas vilas rurais e locais fisicamente distantes têm mais dificuldade de se inserir digitalmente, seja pelas barreiras clássicas de acesso a equipamentos e a conexão (sinal de internet), seja pelas novas problemáticas advindas com as tecnologias de informação e comunicação, como a linguagem, a interface, a velocidade, que requerem uma nova forma de alfabetização para o seu uso.

Questões como renda, grau de escolaridade e idade são decisivas tanto para a presença quando para a apropriação destas novas tecnologias. "Quando falo em apropriação me refiro não só à posse do bem ou equipamento, mas ao entendimento da ferramenta, do seu manuseio e do conteúdo disponível. Não basta ter é preciso entender as tecnologias para se fazer um bom uso delas", diz.