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Fórum discute a legislação e ações de cadeias produtivas

Fórum discute a legislação e ações de cadeias produtivas O 5° Fórum Florestal do Rio Grande do Sul Organização das Cadeias Produtivas de Erva-Mate e Florestas Plantadas debateu nesta quinta-feira, no Auditório Central da 13ª Expodireto Cotrijal, o papel das Câmaras Setoriais (Florestas Plantadas e Erva-Mate) e temáticas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) nas políticas públicas do RS. O encontro reuniu técnicos, produtores, pesquisadores e ambientalistas interessados em discutir ações, a legislação, entraves e o trabalho das câmaras setoriais.

Avaliando o momento das florestas plantadas e do Código Florestal, que teve votação adiada para a próxima semana, na Câmara dos Deputados, o coordenador geral das Câmaras Setoriais e Técnicas, Dilson Bisognin, foi enfático: “Promover mecanismos legais para que o setor consiga investir nesta área é fundamental. Se aprovado, o Código vai causar impacto florestal muito grande aqui no Estado”, salienta.

Só para se ter uma ideia, no Estado, são em torno de 800 mil hectares de florestas plantadas, sendo 300 mil árvores da espécie eucalipto, 170 mil de araucária negra e o restante, de pinos. Segundo levantamento do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP), ligado à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o setor florestal do Rio Grande do Sul representa 4% do PIB gerando em torno de 200 mil empregos diretos.

Para o diretor do DEFAP/Sema, Roberto Ferron, ainda existe uma distorção muito grande com relação às florestas plantadas. “É um setor que nunca foi olhado pelo governo. Caminha com as próprias pernas. Sem contar que a lógica de que a floresta é um empecilho ao desenvolvimento ainda é presente entre boa parte dos produtores. Floresta plantada não é só celulose e mato, é também mel, raízes e frutas. As câmaras setoriais do Estado estão funcionando, mas ainda falta a implantação de uma política florestal consistente e duradoura. O Programa Florestal, por exemplo, foi instituído em 2010, mas ainda não foi para o campo”, ressalta.

O assistente técnico estadual de silvicultura da Emater/RS, Dirceu Slongo, também defende a criação de um programa florestal, mas que contemple a preservação da natureza. “O Estado tem tecnologia, conhecimento, solo, mas ainda não possui uma proposta para regrar a atividade”, afirma.

Já para o assessor de meio ambiente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Alexandre Scheifler, a silvicultura traz renda e gera mão-de-obra especializada. “Considero a silvicultura uma poupança verde. E a câmara setorial conseguiu resgatar isso. Reunir várias entidades para rever entraves e planejar ações em conjunto. São várias as barreiras históricas, entre elas, a própria legislação. Hoje, ainda bastante burocratizada”, destaca.

Entre as propostas a serem implantadas pela Defap/Sema no Rio Grande do Sul, para alvancar a cadeia produtiva das florestas plantadas, estão o Cadastro do Produtor Rural, o Zoneamento Ambiental Ecológico no RS, o Inventário Florestal do RS e o Programa de Educação Ambiental.

Erva-Mate - O Fórum discutiu ainda sobre a cadeia produtiva da Erva-Mate. “Estamos muito confiantes com a implantação da Câmara Setorial. Agiliza os trabalhos”, garante o presidente do SINDIMATE, Alfeu Strapason. Para o o diretor do DEFAP/Sema, Roberto Ferron, “A erva-mate é uma cultura que está dando uma nova visão ao agricultor e, tudo isso é possível em uma mesma área”, destaca. Segundo a Emater/RS, o Estado é o 2º maior produtor da cultura e o maior em certificação, sendo que a região do Vale do Taquari registra a maior produção.