A demora do governo federal em ampliar a abrangência das portarias emitidas para garantir o abastecimento de milho no Estado levou ontem (28) a uma nova cobrança de agroindústrias de aves e suínos. Com dificuldades em conversar com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, a Asgav e o Sips reforçaram a urgência de que as integradoras sejam incluídas na portaria 143, que estabeleceu o leilão de VEP. Por causa da quebra da safra com a seca, o preço do grão segue alto.
Sem direito a participar dos leilões, o jeito tem sido comprar do Mato Grosso e de Goiás, mas, com os custos de transporte, a saca chega às integradoras na faixa de R$ 30,00, reclama o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos. "Não conseguimos entender tanta demora. O governo precisa acelerar o processo", sugeriu. O diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, lembra que, desde o dia 19, quando foi sinalizada a viabilidade de participação das integradoras, nada aconteceu. A previsão das entidades é que seja preciso trazer 2,5 milhões de t em 2012 para manter os níveis de produção.
Já a Acsurs espera a ampliação da portaria 144, que limita a compra de milho subsidiado a 6 t por CPF. A promessa é que o teto subiria para 27 toneladas, o que, na prática, garante milho a R$ 21,00 a saca para ração animal para todo sistema a Balcão.
As modificações dependem de aval conjunto dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento. De acordo com o coordenador da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Silvio Farnese, as modificações dos textos já foram feitas, mas existem arestas a aparar como, dentre elas, o aumento do custo público com a remoção e com a equalização do preço nos leilões de VEP. Ainda assim, Farnese acredita que as portarias cheguem em 20 dias.
Correio do Povo