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Controvérsia fica fora de texto do Código Florestal

Controvérsia fica fora de texto do Código Florestal Parecer do relator não inclui regra para recomposição de desmatamentoMudanças significativas feitas no parecer apresentado ontem pelo deputado Paulo Piau (PMDB-MG) prometem uma reviravolta na votação do Código Florestal prevista para a próxima semana. A exclusão de trechos, entre os quais o que trata sobre a recomposição das margens de rios, deve acirrar as discussões entre ruralistas e ambientalistas.

Com isso, a polêmica regularização de ocupações em áreas de preservação ambiental em margens de rios dependeria de uma definição posterior, por medida provisória ou projeto de lei. A definição seria feita em até dois anos, dentro do Programa de Regularização Ambiental. As regras gerais deste programa seriam estabelecidas pelo governo federal em até 180 dias após a aprovação da lei, mas as condições específicas ficariam a cargo dos Estados.

Tanto o texto aprovado na Câmara quanto no Senado estipulam que, para cursos d’água com até 10 metros de largura, os produtores rurais devem recompor 15 metros de vegetação.

- Como o regimento não permite alterar as faixas, a única alternativa foi retirá-las para, em um instrumento legislativo posterior, acertarmos uma faixa mínima, máxima e intermediárias, beneficiando o pequeno produtor e obviamente fazendo com que o grande produtor cumpra aquilo que veio do Senado - afirmou o relator.

Dilma voltou a defender versão aprovada no Senado

Piau admitiu que o texto não tem o apoio do governo e que o assunto vai render muita polêmica na votação prevista para a próxima semana.

Um pouco antes, em reunião no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff reiterou a posição do governo de exigir a recuperação da vegetação nativa às margens de rios.

A presidente admite corrigir eventuais problemas que surjam no cumprimento da exigência, mas voltou a defender o texto aprovado pelo Senado, fruto de um acordo.

O texto, visto como um meio-termo entre o que defendem ambientalistas e ruralistas, prevê a recuperação de 330 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, segundo cálculos preliminares.

Mudanças - Ao todo, o relator Paulo Piau fez 21 alterações no texto - A definição das áreas de preservação permanente (APPs nas cidades) também foi excluída. - Outros dois pontos excluídos tratavam sobre a divisão dos produtores rurais em categorias para receber incentivos e o impedimento do recebimento de crédito agrícola por produtores rurais que não promovessem a regularização ambiental em cinco anos também foram retirados. - De acordo com o regimento do Congresso, na atual fase de discussão do processo, o relator pode apenas optar pelo texto da Câmara ou do Senado. Artigos ou trechos aprovados pelas duas casas, em princípio, não podem ser alterados, nem suprimidos Fonte: Zero Hora