Sperotto espera acesso mais fácil aos recursos do plano safraAcesso ao crédito, seguro agrícola e renegociação de dívidas são as principais medidas que os produtores gaúchos esperam que estejam incluídas no Plano Safra 2012/2013, que será anunciado pela presidente Dilma Rousseff amanhã. É prevista a disponibilização de R$ 115 bilhões para o financiamento da próxima safra, volume de recursos 7,2% maior do que o liberado no ano passado. A taxa de juros destas operações será de 5,5% ao ano, 1,25 ponto percentual menor do que o praticado no último plano.
Embora considerem o volume de recursos disponibilizado pelo governo razoável, representantes do setor agropecuário no Estado acreditam que são necessárias ações para garantir o recebimento dos valores solicitados no campo. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, lembra que, embora os recursos liberados pelo Plano Safra cresçam todos os anos, os produtores enfrentam grandes dificuldades burocráticas para obter os financiamento. "Uma boa notícia que esperamos é maior facilidade para o acesso aos recursos. Não adianta nada liberar o dinheiro e não deixar que ele chegue a quem necessita", destacou. Conforme Sperotto, há grande expectativa de que seja incrementado o limite de seguro agrícola, uma demanda solicitada pela Farsul ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro. "Acreditamos que ele deva sofrer um aumento aquém de nossas demandas, mas significativo."
O dirigente também espera que seja anunciada uma posição do governo em relação à renegociação de prejuízos que produtores tiveram com a estiagem. De acordo com a Farsul, os agricultores do Rio Grande do Sul foram os mais castigados com a seca, pois tiveram uma quebra de 54% na colheita do milho, 45% na soja, 17% no fumo e 11% no arroz. As perdas atingem R$ 6 bilhões. "Os casos mais graves precisam ser atendidos urgentemente. Esses produtores não podem ficar aguardando negociações, logo eles terão que iniciar o preparo das lavouras para a próxima safra", alerta o presidente da Farsul.
Uma solução para o endividamento dos produtores também é esperada por Rui Polidoro Pinto, presidente da Fecoagro. "Já foi anunciado que o Plano Safra traria medidas contemplando essa questão, mas queremos ver qual será o montante destinado." Outra expectativa da entidade diz respeito a uma solicitação de R$ 2 bilhões para o Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro). Os recursos seriam destinados para cobrir dívidas que os associados possuem com as cooperativas.
No dia 12 de julho, será a vez de o governo gaúcho lançar o Plano Safra Estadual. A expectativa dos agricultores familiares, principal segmento atendido pelo pacote de medidas, é que nesta segunda edição haja uma maior preocupação com ações para irrigação. Conforme Cleonice Back, coordenadora estadual da Fetraf-Sul, um dos resultados das negociações que as entidades representativas dos produtores tiveram com o governo do Estado durante o ano deverá ser o anúncio de um amplo programa de irrigação. "Isso deverá envolver armazenamento de água da chuva e criação de açudes, para prevenir as perdas com estiagens", destaca.
O vice-presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, também destacou a necessidade de um programa de irrigação voltado para a agricultura familiar. "Hoje já existem projetos nesse setor, mas não são planejados para pequenas propriedades".
Fonte: Jornal do Comércio