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Gaúchos cobram maior acesso ao financiamento rural oficial

Presentes à solenidade de anúncio do Plano Safra, em Brasília, representantes do setor produtivo do Rio Grande do Sul comemoraram o aumento dos recursos a serem disponibilizados, mas reclamaram maior facilidade para acessar o crédito. Renato Rocha, presidente da Federarroz, destaca o alto nível de endividamento dos produtores do cereal, o que pode dificultar a obtenção dos recursos. "Sem dúvida, o plano tem tido o crescimento gradual na oferta de crédito, mas cada vez menos o produtor tem acesso a ele", afirmou.

A opinião é compartilhada pela Farsul, segundo o diretor-administrativo da entidade, Francisco Schardong. Para ele, o volume de crédito é bom e dá atenção ao médio produtor, mas não resolve o difícil acesso aos recursos. "A cultura mais tomadora de crédito no Estado é a do arroz, mas hoje só 34% dos produtores podem ter acesso a esses recursos", disse Schardong.

Para Rui Polidoro, presidente da Fecoagro, o plano é positivo e condensa as posições firmes do governo sobre a importância da agricultura para a economia do País. Polidoro destacou a elevação do crédito para as cooperativas, nas linhas Procap-Agro e Prodecoop, mas lamentou a redução tímida nas taxas de juros para capital de giro das cooperativas, de 9,5% para 9%. "Os juros ainda estão acima da expectativa", disse.

O presidente do Simers, Claudio Bier, também concorda que haveria espaço para diminuir ainda mais os juros agrícolas. No pacote anunciado pelo governo, as taxas foram reduzidas dos atuais 6,75% para 5,5%. "Temos que lembrar que, quando a taxa Selic era 22% há cerca de 10 anos, o juro agrícola estava em 9,75%. Hoje, com a Selic a 8%, os juros para os produtores estão, em proporção, mais caros do que eram." No entanto, Bier acredita que as medidas do Plano Safra são positivas para os negócios do setor de máquinas. "Um fator que deve contribuir bastante é a possibilidade de os contratos que utilizam juros maiores poderem adotar as taxas reduzidas." A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, ressaltou que o pacote "é um novo modelo de política agrícola". Ela destacou a ênfase dada ao seguro rural para garantir a renda no campo e elogiou o programa de apoio à classe média rural (Pronamp), que desvia os recursos "da mão de meia dúzia para milhares de produtores rurais".

Fonte: Jornal do Comércio