As altas temperaturas registradas nos últimos dias no Estado devem acelerar o ciclo do desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul. Devido à falta de umidade do solo na largada do plantio e, em seguida, ao excesso de chuva, o cultivo atualmente está atrasado no Estado. Alcança hoje cerca de 70% da área contra quase 90% no mesmo período do ano passado. Além disso, pouco mais de 60% das lavouras encontram-se na fase de germinação. Segundo o assistente técnico da Emater, Luiz Ataides Jacobsen, o clima está altamente positivo para a cultura, pois reduz a incidência de pragas e doenças.
O presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, ressalta que as atuais condições permitirão que o plantio ocorra dentro do previsto pelo zoneamento agrícola, que, no caso do Planalto Médio e das Missões, estipula como limite o dia 10 deste mês.
Ontem, entrou em vigor a Instrução Normativa 38, que prevê maior rigor na classificação do trigo no país. Conforme Jacobsen, a qualidade da safra depende do tripé genética, tratos culturais e ambiente, onde o clima será fator decisivo, principalmente, nos meses mais críticos, em agosto e setembro. A Farsul calcula a produção de 2,5 milhões de toneladas, um recuo de 242 mil toneladas frente à safra passada. "O produtor fez tudo o que esteve ao seu alcance para ter alta produtividade e qualidade", avalia.
Fonte: Correio do Povo