Depois do período de entresafra, produtores já conseguem obter maiores produções dos animais
A alimentação concentrada dos animais está com preços elevados, devido a alta no preço da soja, como por exemplo, o farelo de soja que está com valor de R$ 1.200 a tonelada, enquanto que há seis meses custava R$ 0,85 o quilo. Entretanto, as condições climáticas estão favoráveis para o desenvolvimento das pastagens, com temperaturas baixas e bastante luminosidade, o que permite uma boa alimentação dos animais e redução do uso da ração. Por conta deste cenário, os animais já voltaram a normalidade em sua produção, com uma média na região de Passo Fundo de 3 milhões de litros/dia. São cerca de 22 mil propriedades e aproximadamente 200 mil vacas em lactação.
Conforme o técnico agrícola da Emater, Clari Pierozan, agricultores que tem um nível mais elevado de produção tem sentido mais a elevação da ração. "Mesmo assim, é algo momentâneo, já eu com as condições climáticas favoráveis, as pastagens estão em bom desenvolvimento e os animais podem utilizar praticamente somente esse alimento, com uma pequena complementação de ração", diz
Conforme o produtor Delso Silvestro, de Cacique Doble, a principal atividade da família é a produção leiteira seguida do cultivo de soja. Ele explica que em um ano, entre junho de 2011 a junho de 2012, o preço do farelo de soja aumentou 64%, o do caroço de algodão 16% e o fosfato bicalcico 12%. Entre todos os produtos na alimentação do gado, o único que não subiu foi o milho. Com o aumento do salário mínimo, o custo da mão-de-obra também aumentou.
"Até mesmo os pequenos produtores investiram em tecnologia, melhorando as instalações para obter um produto de maior qualidade exigido pelo mercado, como salas de ordenhas canalizadas, tanque de expansão e melhoria de genética do rebanho, estão enfrentando alta no custo das rações", diz.
Com uma produção média de 15 mil litros mensais, segundo ele, muitos de seus vizinhos vão reduzir a área que hoje é destinada ao leite, para o cultivo da soja, por causa do alto preço no mercado e já tendo a possibilidade de venda futura, garantindo assim, uma boa rentabilidade por hectare plantado. "E essa condição pode trazer prejuízo para produção futura de leite, porque produtores deixarão de criar novas matrizes leiteiras", diz.
Entretanto, conforme o técnico agrícola da Emater de Tapera, Clari Pierozan, essa situação pode ocorrer por produtores menos profissionais. "Os que investiram em tecnologia e infraestrutura não vão abandonar a atividade por causa de um momento da soja, que atingiu preços altos. Sabemos que há cinco anos a soja já foi cotada em R$ 50,00 e depois de alguns meses o valor recuou. Os preços são momentâneos e a alta não vai perdurar muito tempo", desataca.
A expectativa do produtor é que o preço do leite não recue tanto e que o custo de produção diminua, assim uma margem de lucratividade ao produtor para que ele possa continuar na atividade com lucratividade para continuar a gerindo seus negócios.
O técnico agrícola comenta sobre o uso de silagem e a reserva. O recomendado é de fazer o dobro do que se planeja usar, para que em períodos de adversidade climática, como por exemplo uma estiagem, haja essa possibilidade de uso.
Diário da Manhã - Passo Fundo