Folha da soja com ferrugem
Combater a ferrugem da soja! Este parece ser o pensamento da maioria dos produtores que estão percebendo que o clima chuvoso e o florescimento precoce das plantas são propícios para o desenvolvimento da doença.
O coordenador técnico da Cotrijal Robson Sandri explica que de um modo geral as lavouras estão dividas entre os plantios de final de outubro inicio novembro, e as plantadas em dezembro. "Tivemos o florescimento precoce das plantas, soja com 25 - 30 dias e com estatura muito baixa, já apresentando floração. Esse fato se explica por dois fatores: a soja entra em florescimento, por resposta ao fotoperíodo, que é a duração do dia e também responde a variação da temperatura. Temperaturas elevadas no inicio do desenvolvimento vegetativo, induzem a planta a florescer", explica.
Sandri também cita, que esse ano pode ser considerado atípico, principalmente devido ao registro de chuvas no início da cultura. "Assim o clima está muito favorável para a manifestação da ferrugem da soja, e se compararmos com as últimas safras, a partir dos dados do Informativo de Risco n. 02 do Consorcio Antiferrugem, até dia 11 de janeiro desse ano, tínhamos 618 relatos de focos de ferrugem registrados no Brasil, destes 240 nos primeiros 10 dias de janeiro. Comparando com a safra 2006 /2007, ano em que mais se perdeu por ferrugem no RS, no final de dezembro de 2009 já se registrava o dobro de ocorrências, ou seja naquela safra tínhamos a metade dos registros que temos hoje. E na safra passada 2008/2009 só fomos ter os 618 casos no dia 29 de janeiro. Já na safra 2007/2008 o mesmo número de relatos só foi atingido dia 24 de janeiro. Então fazendo uma comparação pode se falar que a ferrugem está se antecipando na atual safra", explica.
Já em relação a prevenção das lavouras, Robson Sandri explica que como a condição climática é favorável e a planta está se desenvolvendo de forma mais rápida, não se admite encontrar lavouras desprotegidas. "Todas as lavouras estão submetidas ao risco da infecção pelo inoculo da ferrugem da soja, e como estão entrando em estagio reprodutivo o risco de contagio da doença aumenta", revela.
COMO GARANTIR UMA BOA PROTEÇÃO PARA A LAVOURA
Sobre a aplicação correta do fungicida, Robson Sandri explica que o indicado hoje devido as circunstâncias climáticas é a realização de três aplicações, o que manterá a lavoura protegida entre 50 a 60 dias. "Selecionando produtos de ponta, que deverão ser utilizados nesse programa de três aplicações, e convertendo em soja o custo do programa de proteção não passa de 2,5 sacas de soja/ha, desta forma considerando um potencial produtivo de 60 sacas/ha, o investimento da segurança e proteção com fungicidas fica em torno de 4% da soja a ser colhida, assim teremos uma safra com potencial produtivo mantido. Para efeitos de comparação na safra 2004/05 o custo de uma aplicação com fungicida de ponta girava entre 2 a 2,5 sacas de soja/ha. Portanto hoje temos a oportunidade da realização de 3 aplicações/ha com o mesmo custo de uma aplicação em 2004. Já que o custo para essa proteção está baixo, não justifica por em risco toda a lavoura ou boa parte desse resultado", comenta.
O coordenador técnico da Cotrijal ainda informa aos produtores que a melhor forma para obter residual é fazer com que a planta sadia absorva o fungicida. "O fungicida deve ser usado sempre de forma preventiva e com antecipação, para que se proteja as folhas da parte baixeira da planta, local onde inicia-se o processo de infecção. O importante é que cada produtor junto com o seu consultor agronômico tracem um plano de manejo para cada cultivar, ou para cada realidade", conclui.