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Embrapa diz que cultura de grãos depende de agrotóxicos



Afirmação foi feita durante audiência pública que debateu a relação entre a ultilização de agrotóxicos e a alta mortalidade de abelhas

Ministério do Meio Ambiente recomenda eliminação de agrotóxicos mais fortes, já proibidos por outros países

Na audiência sobre o uso de agrotóxicos e a mortalidade de abelhas realizada nesta quinta, dia 4, o chefe-geral do Centro Nacional de Pesquisa de Soja da Embrapa, Alexandre José Cattelan, ressaltou que não há como prescindir do uso de agrotóxicos na cultura do grão.

- O percevejo é uma das principais pragas que atacam a cultura de soja e 27% do controle no Brasil é por aplicação aérea. O não controle do percevejo implica em uma redução média de 20% na produtividade - observou Cattelan.

Ele lembrou que uma conjunção de fatores leva ao enfraquecimento das abelhas e do seu sistema imunológico, não apenas o uso de pesticidas. O argumento foi reforçado pela diretora-executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), Silvia de Toledo Fagnani Ligabó.

Ela disse que não se devem comparar as abelhas brasileiras às da Europa ou dos Estados Unidos, onde a mortalidade é alta, pois as espécies estariam sujeitas a diferentes fatores, como clima, alimentação e vulnerabilidade a ácaros e fungos.

- A abelha brasileira, africanizada (híbrida), é mais resistente que a europeia, que é pura - explicou.

Ela também ressaltou a importância dos agrotóxicos para a agricultura brasileira.

- O Brasil produz hoje 166 milhões de toneladas de grãos em 55 milhões de hectares. Se os índices de produtividade fossem os mesmos de 1972, seriam necessários 155 milhões de hectares - comparou.

Silvia reconheceu, no entanto, a importância dos polinizadores, cuja falta pode gerar perdas de 10% na agricultura. Segundo ela, a indústria de defensivos tem trabalhado em alternativas de manejo para mitigar o risco e atualizado materiais educativos destinados a apicultores e agricultores.

Fonte: Canal Rural