Criado no ano 2000, o Projeto Aquarius, voltado à pesquisa em agricultura de precisão, completa 15 anos durante a 16ª Expodireto Cotrijal.
As primeiras pesquisas, realizadas por uma parceria entre as empresas Stara, Monsanto, Massey Ferguson e Serrana Fertilizantes, foram realizadas na Fazenda Anna, interior de Não-Me-Toque, abrangendo uma área total de 250 hectares.
A Universidade Federal de Santa Maria passou a atuar no projeto no ano de 2004, mesmo ano em que o primeiro implemento concebido pela pesquisa chegou ao mercado. No ano seguinte, a Cotrijal também integrou-se ao projeto, quando Não-Me-Toque passou a ser denominada a Capital Nacional da Agricultura de Precisão.
O evento em comemoração aos 15 anos do Aquarius contou com a participação de alunos e professores que fazem parte, do vice-reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Paulo Bayard Dias Gonçalves, do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, e da prefeita de Não-Me-Toque, Teodora Lütkemeyer. A solenidade também serviu para homenagear o professor Telmo Jorge Carneiro Amado, coordenador técnico do projeto.
Conforme o professor, quando o projeto foi iniciado, a agricultura de precisão era pouco pesquisada no Brasil, embora em outras partes do mundo já houvesse avanços na área. "Este projeto começou com a vontade dos agricultores de obterem mais produtividade, o que é possível com o emprego desta tecnologia desenvolvida. Aprendemos que a inovação e a tecnologia são processos continuados. Se o nosso projeto tivesse durado três ou quatro anos, certamente hoje não estaríamos aqui", disse o homenageado.
Na ocasião, também foram apresentados os números do Projeto Aquarius, que apontam a eficácia das técnicas empregadas. De acordo com os dados das pesquisas, as áreas cultivadas pelo projeto obtiveram uma produtividade 50% acima da média do Estado. Dentre as inovações tecnológicas estão produtos já difundidos no mercado, como um escarificador e a tecnologia DPS (Distribuição Precisa de Sementes).
A COTRIJAL NA PARCERIA - A Cotrijal desenvolve o Projeto Ciclus, que difunde a tecnologia obtida através do Projeto Aquarius. "Uma vez que a tecnologia amadurece, o Ciclus orienta os produtores da área de abrangência da Cotrijal. Tudo aquilo que dá certo e reverte em produtividade, chega aos produtores através do Projeto Ciclus", explica Leonardo Kerber, que coordena o Programa Ciclus.
Segundo ele, a interação entre as empresas, a cooperativa e a UFSM é um dos pontos fortes na busca de novas tecnologias e também para que esta tecnologia chegue ao produtor rural. "As tecnologias que começaram a ser trabalhadas há 15 anos, atualmente estão bem difundidas. Hoje temos novos desafios, tentando buscar o melhor para repassar aos produtores, como imagens por satélite, a adubação fosfatada, calcário. Quando o grupo se reúne, discute-se quais tecnologias são as mais importantes naquele momento e a partir daí ocorre a pesquisa e o desenvolvimento", explicou.
Ainda conforme Kerber, os produtores que aceitam receber os testes do projeto em suas propriedades são um ponto crucial no sucesso obtido. "Os produtores pioneiros, que nos emprestam as áreas para a realização dos testes merecem os parabéns. Com a abertura dada por eles é possível desenvolver o trabalho. O importante é transmitir o saber e a tecnologia para que os agricultores possam produzir mais", avaliou.
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