VALOR DISPONÍVEL PARA CUSTEIO E INVESTIMENTO cresceu 20% em relação ao plano de 2014 e chega a R$ 187,7 bilhões. As taxas pagas pelos agricultores para financiar a produção de grãos também aumentaram e alcançarão até 8,75% ao ano
Em ano de ajuste fiscal, o governo federal reforça a oferta de crédito rural e eleva as taxas de juro para médios e grandes produtores. Na temporada 2015-2016, o Plano Safra terá R$ 187,7 bilhões, sendo R$ 38,2 bilhões para investimentos e R$ 149,5 bilhões para custeio e comercialização.
Anunciado ontem em Brasília, o aporte de R$ 187,7 bilhões no crédito rural representa acréscimo de 20% em relação à edição anterior do Plano Safra, que liberou R$ 156,1 bilhões. A expectativa é de que produtores gaúchos acessem 20% do valor ofertado no país – cerca de R$ 37,54 bilhões. Na cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff destacou a liberação dos recursos em um período de ajuste nas contas públicas.
- Estamos trabalhando para recolocar o Brasil em trajetória de crescimento acelerado, e queremos que isso ocorra no menor tempo possível - afirmou a presidente.
Há mais dinheiro para financiamentos, mas os empréstimos também terão custo maior: o juro anual subiu. Na agricultura empresarial, a taxa para custeio está em 8,75% - na safra passada era de 6,5% - e entre 7% e 8,75% para investimentos. O médio produtor pagará juro de 7,75% ao ano para custeio e 7,5% para investimento – no ciclo anterior pagou 5,5%.
- Os juros serão realinhados sem comprometer a capacidade de pagamento dos produtores - garantiu a presidente Dilma.
O volume de recursos corrigidos a juros livres de mercado, maiores do que as taxas controladas, mais do que dobrou (de R$ 23 bilhões para R$ 53 bilhões). Assim, especialistas em agronegócio aconselham cautela aos produtores no momento de tomar financiamentos.
Ministra da Agricultura, Kátia Abreu considerou as novas taxas adequadas, diante do embate com a equipe econômica do governo, que pretendia elevar o juro médio a 9% ou 10%.
- O juro está reequilibrado para os patamares da inflação. Não podemos pedir aos coordenadores do ajuste fiscal um juro negativo - disse a ministra.
Fonte: Zero Hora