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Impasse sobre domínio da produção pede novo estudo

O confronto de dados sobre a agricultura nacional, desencadeado a partir da contestação da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre os números publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Censo Agropecuário de 2006 só poderá ser resolvido com a realização de um terceiro estudo. Para o economista e professor da Unijuí Argemiro Luis Brum, seria necessário outro levantamento para saber se realmente existem discrepâncias nos dados do IBGE. "O que temos até agora é uma entidade pública e outra privada com posições opostas. Precisamos de mais elementos para ter uma noção clara de quais dados estariam mais próximos da realidade", disse. Sobre a importância da agricultura familiar na produção de alimentos no Brasil, revelada pelos dados do IBGE, Brum concorda que pode ter um certo exagero. "Não que o setor não seja importante, mas talvez o IBGE tenha exagerado porque a agricultura empresarial representa muito dentro do contexto da economia nacional e a diferença é muito grande em favor de uma em detrimento da outra", considera. Pelo lado dos pequenos produtores, a visão é de que os dados do IBGE são válidos, segundo indicou o vice-presidente da Fetag, Sérgio de Miranda. "A agricultura familiar é a grande produtora de alimentos do País e a que mais emprega também", disse, lembrando que a cada grupo de 100 produtores brasileiro, 85 vêm da pequena propriedade. O estudo da FGV, intitulado Quem produz o quê no campo: quanto e onde II, defende que, ao contrário do que diz o IBGE em seu censo, não é a agricultura familiar que alimenta o Brasil. A FGV mostra que os produtores de baixa renda, além de ter fraca produção, enfrentam dificuldades até mesmo para subsistir.

No Censo Agropecuário 2006 foram identificados 4,3 milhões de estabelecimentos da agricultura familiar, o que representa 84,4% das propriedades rurais brasileiras. Estes agricultores ocupavam uma área de 80,25 milhões de hectares, ou seja, 24,3% da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Diz ainda que a agricultura familiar era responsável, em 2006, por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, possuíam 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30% do de bovinos e produziam 21% do trigo

Fonte:Jornal do Comércio