Descompactar o solo é outra função em que o milheto tem se destacado. O sistema radicular profundo possibilita a reciclagem de nutrientes dispersos no solo e favorece o acúmulo de substâncias como cálcio, potássio e nitrogênio na camada superior. É uma planta utilizada também para quebrar o ciclo dos nematóides, principal praga do cerrado.
O professor da Universidade de São Paulo (Unesp Jaboticabal), Jaime Maia dos Santos, explica que o manejo desta praga em áreas de cultura extensiva e em pastagens degradadas pode ser feito a partir da produção de variedades de milheto não hospedeiras. Ao plantar uma cultura não hospedeira, os nematóides perdem alimento e, consequentemente, são reduzidos. "Utilizamos um método de manejo natural, sem pesticidas e que dá resposta extraordinária, já que a planta, além de não ser hospedeira, descompacta o solo e recicla nutrientes e produz uma excelente palhada", destaca.
O milheto também ajuda a recuperar as pastagens degradadas e invadidas pelo mato. Com a diminuição dos nematóides após o plantio do milheto, o produtor pode utilizar a braquiária misturada a sementes de estilosantes, o que, segundo o pesquisador, garantiu bons resultados para as fazendas que já se utilizaram do recurso para o manejo de nematóides. (EP)
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