A redução de 10% no preço mínimo do trigo, anunciada na semana passada pelo governo federal, criou um clima de insegurança entre os triticultores paranaenses. Eles estão finalizando o plantio de uma safra que prometia ser boa, favorecida pelo La Niña, mas que agora pode acabar em frustração. Com produto de ciclos passados acumulando nos armazéns e a dois meses do início de uma nova colheita, os produtores não sabem ao certo como será a comercialização da produção.
A revisão dos valores foi autorizada na última terça-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. No dia seguinte, o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, anunciou que a redução será de 10%. Mas, para valer, os novos preços precisam ser regulamentados por uma portaria do Ministério da Agricultura (Mapa), que ainda não saiu. O governo corre contra o tempo para editar a portaria até amanhã(30) para que os novos preços entrem em vigor em 1º de julho, quando começa um novo ano-safra.
No meio tempo, a cadeia produtiva se mobiliza para reverter a decisão e evitar a publicação da portaria. Logo após o anúncio do Mapa, a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) enviaram ofícios à Brasília solicitando o cancelamento do reajuste. A Faep questiona a legalidade da alteração, argumentando que a revisão do preço mínimo do trigo acontece fora do prazo estipulado pela legislação que instituiu as normas para a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Fonte: Gazeta do Povo