O Rio Grande do Sul deverá exportar 6 milhões de toneladas de soja neste ano, 20% a mais do que na safra passada. A percentagem é superior ao crescimento nacional estimado de 5,2% sobre as 28,04 milhões de toneladas. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou sua projeção para os embarques do ano comercial, de fevereiro de 2010 a janeiro de 2011, para 29,5 milhões de toneladas. A Aprosoja, ainda mais otimista, aposta na exportação de 31 milhões de toneladas. A China é o maior importador da soja brasileira, recebendo 65% do total, o restante segue, principalmente, para os países integrantes da União Europeia.
O secretário da Aprosoja, Laércio Pilau, afirma que apesar do aumento na produção, a receita está menor, se comparada ao mesmo período no ano anterior."O preço da soja na Bolsa de Chicago é excelente, cerca de 21 dólares por saco de 60 quilos, mas o produto está valendo 35% menos, devido a cotação do dólar", explica o dirigente.
O gerente da unidade de grãos da Cooplantio, Marcelo Faria, aponta que uma fatia de renda está sendo perdida pela falta de políticas de incentivo à exportação. "Este é o quarto ano seguido que apresentamos um nível de produção muito bom, que geraria riqueza, que não chega por causa do câmbio". Para Faria, as cooperativas ficam na mão das indústrias e dos exportadores responsáveis por 80% do movimentado. "Quem se aproveita disso são as multinacionais."
Para Faria, na próxima safra, o aumento na exportação da soja gaúcha não deve ser tão significativo quanto desta vez, já que a demanda do mercado externo pelo produto geralmente mantém-se entre 4,5 milhões de toneladas e 5 milhões de toneladas do grão.
O coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, estima que já foram comercializados, pelo menos, 40% da safra de 9 milhões de toneladas colhida pelos produtores gaúchos no ciclo agrícola 2009/20120.