Os leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) para o milho brasileiro podem ganhar novo impulso com a decisão da União Europeia (UE) de abrir seu mercado para o grão transgênico. No entanto, o maior beneficiado com a medida deve ser os EUA, que têm a chance de aumentar os embarques para o bloco.
O mercado nacional entendeu a medida da UE como política de boa vizinhança. De acordo com Aedson Pereira, analista de mercado da AgraFNP, a Europa abriu o comércio transgênico de milho por estar de olho no trigo internacional. "A região terá quebra de safra do cereal, assim como a Rússia, o Canadá e a Austrália. Tanto que a cotação do trigo já subiu 5%", diz Pereira, lembrando que trata-se no maior ganho percentual mensal em julho desde, pelo menos, 1959.
Nos Estados Unidos, o volume de milho geneticamente modificado responde por 90% da produção interna. "Para a Argentina, a Europa também é um mercado atrativo", afirma o analista.
De acordo com a assessoria de comunicação da Monsanto, que teve duas de suas variedades de milho transgênico liberadas pela Comissão Europeia, os cultivares ainda não chegaram ao Brasil. A assessoria também informou que as tecnologias existem apenas nos EUA e estão à frente da segunda geração de milho, recentemente lançada no País.
Para Odacir Klein, representante coorporativo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), a União Europeia liberou o milho geneticamente modificado por falta de opção. "A decisão foi um avanço, e uma adaptação às condições de mercado", afirma.
Por outro lado, de acordo com Pereira, a decisão da Europa também deve favorecer o escoamento da safra de milho brasileiro.
Fonte: Agrolink