O Governo do Estado está preparado para enfrentar o La Niña, previsto para os próximos meses, e que, de acordo com os principais centros meteorológicos do mundo, trará a redução de chuvas e da umidade do ar à Região Sul do país.
O secretário da Irrigação e Usos Múltiplos da Água, Rogério Porto observou que, desde 2007 o Rio Grande do Sul vem adotando uma política diferenciada no país para combater os efeitos da estiagem no Estado, ancorada principalmente no Programa Estruturante A Irrigação é a Solução, do Governo do Estado. "A governadora tem uma participação fundamental neste processo ao entender a necessidade do Estado agir para evitar as perdas que vinham sendo registradas no campo", observou o secretário.
Rogério Porto enfatizou a mudança cultural dos agricultores, que já estão aderindo à construção de microaçudes. Além disso, salienta que houve a implantação da Lei Pró-Irrigação RS, que permite investimentos públicos em propriedades privadas e agilização no licenciamento ambiental, bem como subsídios para a compra de equipamentos de irrigação, com uma redução de dois pontos percentuais na taxa de juros.
Resfriamento das águas
De acordo com os institutos meteorológicos, o fenômeno La Niña caracteriza-se pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico na região equatorial, alterando o clima em todo o planeta, com maior incidência de seca ou enchente, frio ou calor mais intenso, dependendo da região. As chuvas em excesso que chegam aos campos do Sudeste dos Estados Unidos a partir de agosto podem fazer falta aos produtores não apenas do Sul e do Centro-Oeste do Brasil. Argentina, Chile, Paraguai e Peru também tendem a sofrer com déficit hídrico.
A preocupação se estende à produção de café, cana-de-açúcar e à própria pecuária. Já as regiões Norte e Nordeste do Brasil, ao contrário, podem receber até mais chuvas. O que ocorre é que, a partir da mudança na temperatura do Pacífico, as massas de ar úmido da região amazônica não se deslocam para o Sul, permanecem na região ou seguem para o Nordeste. Dessa forma, estados como o Paraná passam a depender de chuvas que venham do Sul, nem sempre suficientes. Quanto maior o resfriamento das águas oceânicas, mais chances dessa alteração.
Fonte: Governo do Estado do RS