O entusiasmo dos agricultores aponta um futuro promissor para a cultura da canola. O cultivo da oleaginosa ainda não é expressivo na região, mas aumenta ano a ano. Além do que dizem especialistas, a satisfação de quem produz é o principal indicativo do sucesso como cultura alternativa para o inverno. Para mostrar in loco esse otimismo, o grupo de trabalho de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS Biocombustíveis), organizado pelo Banco do Brasil, realizou na última sexta-feira (20) uma visita técnica a três propriedades que apostaram no grão.
As lavouras em Tio Hugo e Colorado somam 117 dos 15 mil hectares fomentados pela BSBios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A visita de representantes das entidades que compõem o grupo DRS Biocombustíveis - Banco do Brasil, BSBios, UPF, Embrapa, Sindicato Rural de Passo Fundo, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, Emater, Ministério da Agricultura, Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Passo Fundo, Prefeitura de Passo Fundo e Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário - tem como objetivo mostrar aos parceiros que o programa funciona.
Lavouras
A avaliação dos técnicos sobre o padrão da lavoura mostra uma evolução em relação ao ano passado. De acordo com o engenheiro-agrônomo e coordenador do departamento de fomento da BSBios, Fábio Júnior Benin, o plantio precoce permitiu um tempo maior de desenvolvimento no campo. Isso amplia as perspectivas de produtividade. Nas áreas fomentadas, a expectativa é de que a média nacional de cerca de 1,5 mil quilos por hectare seja alcançada. No último ano a produtividade ficou abaixo dessa média, 23 sacas por hectare. O doutor pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Tomm destaca a uniformidade da lavoura e a influência disso na produtividade. "Não se pode brincar com a adubação da canola. Se fizer da maneira correta ela responde muito bem", argumenta.
Produtor
O produtor Vilmar Sartori, de Colorado, trabalha com canola pelo segundo ano. A influência para o cultivo veio de dentro de casa. O filho, Mateus Sartori, trabalha como técnico da BSBios e convenceu o pai a apostar no grão. "A experiência foi muito boa, se não esse ano nem teria mais plantado. É uma boa alternativa para cultura de inverno. Vou continuar plantando no ano que vem e com certeza vou ampliar a área. A liquidez é uma das coisas que favorece bastante a cultura da canola. Você colhe e tem certeza que vai vender e com bom preço", avalia.
Ele também desmistifica a questão da dificuldade de manejo: "Não foi tão difícil. No ano passado tivemos um pouco de dificuldade e mesmo assim conseguimos fazer direito, nesse ano não vejo problema nenhum para a colheita", reforça. A propriedade de Sartori é assistida pela Cotrijal. No ano passado foram cobertos 18 hectares com canola, com produtividade de 22 sacos e custo de 12 sacos por hectare, neste ano a plantação aumentou para 25 hectares.
Fonte: Jornal O Nacional (reportagem publicada dia 22/8)