Escolhido por seu papel na produção de trigo e sua concentração de moinhos, o Rio Grande do Sul sedia na segunda e terça-feira, o 17º Congresso Internacional do Trigo, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em Gramado. Para discutir o futuro da cadeia produtiva, o evento reunirá triticultores, empresários, fornecedores e entidades do Mercosul.
O debate contará com representantes do governo federal, mas o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, não vem. Caberá ao secretário de Política Agrícola, Edilson Guimarães, e três integrantes do ministério ouvir propostas e reclamações.
O presidente da Câmara Setorial de Culturas de Inverno, Rui Polidoro Pinto, diz que a prioridade é obter garantias para a comercialização da safra a ser colhida a partir de outubro. O setor ainda não digeriu a redução de 10% do preço mínimo e acumula 370 mil toneladas estocadas no Estado. "Apesar de haver um esboço de reação de preço, o mercado está abastecido até novembro, sem contar a safra nova, então precisamos de mecanismos para exportar ou levar para outras regiões do país. O produtor precisa colher e pagar seus débitos."
Os representantes do setor industrial também chegam com preocupações, desde as taxas de cabotagem que encarecem a produção até a lentidão no pagamento de operações de PEP aos moinhos, enumera o diretor executivo da Abitrigo, Sérgio Amaral. Ele antecipou que será proposta uma nova sistemática que reduza a burocracia e a intervenção pública no PEP. Desde que foram introduzidas novas condições de acerto, o pagamento destas operações tem levado entre 90 e 120 dias.
Fonte: Correio do Povo